O Balé Teatro Guaíra participou no dia 26 de maio de um encontro virtual sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável com o Observatório da Diversidade Cultural, uma ONG voltada a diversidade cultural e Agenda 2030. O bailarino Leandro Vieira representou a companhia e apresentou seu processo criativo para a construção da coreografia do ODS 15, sobre a vida terrestre.

Veja a entrevista completa com Leandro aqui 

Observatório da Diversidade Cultural (ODC) – Em que consiste o projeto do Balé Teatro Guaíra relacionado aos ODS, e qual o objetivo?

Leandro Vieira (LV) – O projeto do Balé Teatro Guaíra sobre os ODS consiste em criar, dialogar, unir, instigar por meio da arte da dança a reflexão e conscientização. Partiu da ideia de unir a dança e os ODS’s para pensar o mundo pós-pandemia. É um momento de grande crise, em que nosso modelo de sociedade se mostrou insustentável. A partir disso, achamos importante pensar um outro mundo, um novo modelo de desenvolvimento.

ODC – Existe alguma relação entre o isolamento social imposto pela Pandemia de Covid-19 e a origem desse projeto? Ou seja, vocês teriam criado esse projeto se não estivessem trabalhando em formato virtual?

LV – Inicialmente, cogitamos criar e desenvolver uma produção de um espetáculo de dança formato presencial “normal”. Isso tudo antes da estarmos em isolamento social devido à pandemia de Covid-19. O mundo todo está nessa nova adaptação de trabalhos home office e o Balé Teatro Guaíra, junto com a direção do Teatro, equipe e bailarinos, também adaptou suas atividades para o formato on-line, com projetos produzidos e divulgados por vídeo dança.

ODC – O projeto tem um público-alvo específico?

LV – O público-alvo específico sou eu, você, seus familiares, seus vizinhos, seu bairro, sua cidade, seu país, o nosso mundo. O projeto em si é para todos. Todos são convidados pelo meio artístico da dança a refletir sobre suas atitudes, como indivíduo gerando conscientização sobre os ODS.

ODC – Como o grupo se organizou para distribuir os ODS entre os bailarinos e quais foram as orientações para a criação coreográfica?

LV – Os bailarinos foram convidados a cada um escolher um ODS e desenvolver um trabalho de vídeo dança. O processo criativo foi individual, em que cada bailarino pôde estudar e produzir conforme seus interesses e sua forma de interpretação do ODS escolhido. Ao longo da criação foram estabelecidos critérios em comum para que houvesse coerência e relação entre os vídeos. O processo envolveu a busca dos bailarinos sobre conhecimento em vídeo, edição visual e musical. Um exemplo de critério foi o vídeo ter no máximo um minuto de gravação, todos gravados do aparelho celular numa determinada resolução de imagem e na posição da câmera na horizontal.