Miniauditório recebe projeto #PlasticDoll, com mostra da peça e debate 19/07/2023 - 09:21

Arte, pesquisa e ativismo estão juntos em “#PlasticDoll”. A iniciativa realizada pela primeira vez em Curitiba nasceu da necessidade de contar como uma geração que vem sendo moldada pela indústria dos brinquedos ou por aplicativos de modelos estéticos e comportamentais a seguir, por meio de um princípio pedagógico imitativo que preconiza valores como a exterioridade da beleza e o sucesso como posse de bens de consumo. 

A programação, de 18 a 30 de julho, faz parte da Mostra de Processos do Coletivo Adega Teatral, parceiro do projeto, e inclui oficinas de escuta, oficinas artísticas de dramaturgia e encenação, mesas redondas, debates, apresentação de trabalhos relacionados ao tema, leitura dramática da peça “Plastic Doll”, ensaio e compartilhamento do processo de montagem do espetáculo com o público, instalação interativa e performática e ainda uma mostra de espetáculos. (Confira a programação abaixo)
     
Todas as atividades são gratuitas e serão realizadas em espaços públicos como a Biblioteca Pública do Paraná, auditório Glauco Flores de Sá Brito (miniauditório do Centro Cultural Teatro Guaíra) e o MON – Museu Oscar Niemeyer.

A realização por aqui conta com a parceria criativa entre: Projeto Teatral Babel, Coletivo Adega Teatral (Curitiba), Thadeu Perrone Produções, Máquina de Ativismos (UFPR) e a RSLAW (Sociedade de Advocacia de Apoio a Projetos Culturais).

A idealização do projeto, que conta com financiamento coletivo, é da diretora de teatro e dramaturga Ana Cândida Carneiro e do urbanista norte americano Brian English. Ela é paulista, mas vive nos EUA há 13 anos.

“#PlasticDoll é um projeto em aberto, que se estrutura de forma colaborativa, é um catalisador de energias que visa a transformação de consciência contra os processos opressivos de gênero, raça e orientação sexual através de pesquisas e ações interdisciplinares que geram impacto artístico e social. Nosso objetivo é desconstruir crenças e normas sociais limitantes”, declara a diretora.
    
Ela explica que o uso das figuras icônicas da linha Barbie na investigação se dá no projeto por simbolizarem o colonialismo cultural. “A Barbie parece um brinquedo inocente, mas vende uma ideia de mundo, de futuro. Sua produção está imersa em intenções pedagógicas, com o intuito de ensinar a supremacia de um tipo de corpo, raça e comportamento”, opina. 

Para compor uma das ações do projeto, a instalação performativa no vão do MON com apoio do MAC-PR, que acontece dia 23 de julho, a organização recebeu doações de bonecas da linha Barbie que estivessem sem uso. “Nossa ideia é promover o diálogo, formar comunidades e estabelecer-se de forma atuante. Queremos engajar um público amplo. Desejo que este projeto se torne um processo contínuo no Brasil e inspire iniciativas ativistas por onde passar”, almeja.


Programação:

Local: Miniauditório do Teatro Guaíra (Rua XV de Novembro, 971 - Centro)
28 (20h) e 30 de julho (19h) – Mostra de processo da peça Plastic Doll e debate; 

Local: Biblioteca Pública do Paraná (Rua Cândido Lopes, 133 – Centro)
19 de julho (18h30) - Leitura dramática do texto Plastic Doll e debate;
20 de julho (18h) – Mesa Redonda Dramaturgia;
27 de julho (18h) – Mesa Redonda sobre Direitos Humanos, Direitos de gênero e o Impacto social das Artes (Artivismo)

Local: Vão do MON (Rua Mal. Hermes, 999 – Centro Cívico) 
23 de julho (12h às 16h) – Instalação Performativa (Apoio MAC-PR) 

Local: Prédio Histórico da UFPR (Praça Santos Andrade – Centro)
29 de julho (14h) – Roda de conversa final: Como multiplicar a perspectiva “Plastic Doll”? / *Convite dirigido.

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