FESTIVAL DE CURITIBA | Turbulento e intenso, “Daqui Ninguém Sai” quer fazer de Dalton Trevisan um escritor mais lido 26/03/2025 - 13:30

Com informações de Sandoval Matheus - Festival de Curitiba
Considerado por muitos o maior contista da língua portuguesa, Dalton Trevisan nunca foi lido e celebrado como deveria no Brasil. A opinião é de Nena Inoue, diretora de “Daqui Ninguém Sai”, durante entrevista coletiva do Festival de Curitiba realizada na manhã desta terça-feira, 25, na Sala de Imprensa Ney Latorraca, no Hotel Mabu.
O espetáculo montado a partir da obra do curitibano estreia nacionalmente dentro da programação da Mostra Lucia Camargo na 33ª edição do Festival de Curitiba. Serão duas apresentações: nos dias 26 e 27 de março às 20h30, no Auditório Salvador de Ferrante (Guairinha). Os ingressos são gratuitos. Parte deles será distribuída para convidados e a outra será distribuída ao público em geral, por ordem de chegada, uma hora antes de cada espetáculo na bilheteria do teatro.
“A peça é uma celebração do Dalton e do teatro”, explicou Nena Inoue, que revelou ter planos para circular com a montagem pela Região Metropolitana de Curitiba e também num projeto-escola, a fim de levar a obra de Trevisan para as novas gerações. “Foi tudo muito honesto, e acho que nunca trabalhei tanto em toda minha vida.”
O texto que vai aos palcos teve ao todo 27 tratamentos, usa 60 contos de Trevisan e, apesar da notória ojeriza ao autor ao escrutínio público, pela primeira vez lê em cena parte da correspondência íntima que ele trocou com personalidades como Otto Lara Resende e Carlos Drummond de Andrade.
“O Dalton sempre gostou muito de teatro, até escreveu no início da carreira. E sempre teve muito carinho pela Nena”, explicou Fabiana Faversani, agente, melhor amiga de Dalton e espécie de consultora de “Daqui Ninguém Sai”. “Quando ele autorizou o projeto, foi porque sabia da capacidade que o teatro tem de chegar nas pessoas e também o quanto seria respeitado. O Dalton sempre foi um controlador, tanto da sua imagem, quanto da sua obra.”
Apesar de no início não ter ainda muita familiaridade com a obra do autor, o dramaturgo Henrique Fontes, um potiguar parceiro de longa data de Nena Inoue, manteve o respeito ao texto do curitibano como cláusula irrevogável durante todo o processo. “O desafio era criar uma dramaturgia sem mudar nenhum conto. Foi um trabalho de montagem”, explicou.
O resultado pode revelar um Dalton Trevisan desconhecido das novas gerações, exatamente como fez para a atriz Laís Cristina, na casa dos 20 anos, que encara um dos seus primeiros trabalhos “adultos” em “Daqui Ninguém Sai”.
“O Dalton é muito diferente do que eu imaginava. Não é alguém machista e misógino, como a imprensa muitas vezes pintou, mas alguém que escrevia o que escrevia, e como escrevia, pra fazer uma denúncia de tudo isso.”
Serviço
Dias de apresentação: 26 e 27 de março
26 de março (quarta), às 20h30
27 de março (quinta), às às 20h30
Local: Auditório Salvador de Ferrante (Guairinha).
Entrada do público pela Rua Amintas de Barros. Pessoas com deficiência motora ou dificuldade de locomoção podem entrar pelo saguão do Guairinha.
Acessibilidade: O espetáculo conta com intérprete de libras.
Classificação: 16 anos
Especificações do espetáculo: Teatro contemporâneo
Duração: 100 minutos
Ingressos gratuitos - retirada na bilheteria do Guairinha 1 horas antes do espetáculo
Abertura da bilheteria e abertura para entrada do público: 19h30
FICHA TÉCNICA
Contos: Dalton Trevisan
Direção: Nena Inoue
Dramaturgia e Assistência de Direção: Henrique Fontes
Pesquisa Literária: Fabiana Faversani
Elenco: Carol Mascarenhas, Fábyo Rolywer, Laís Cristina, Madu Forti, Paula Roque, Paulo Chierentini, Sidy Correa, Simone Spoladore, Trava da Fronteira, Val Salles, Wenry Bueno e Zeca Sales
Composição Musical: Grace Torres e Lilian Nakahodo
Composição “Maria Bueno”: Grace Torres, Lilian Nakahodo e colaboração do elenco
Composição “Balada das mocinhas do Passeio”: Paulo Chierentini
Composição “Perdido”: Madu Forti e Zeca Sales
Preparação Vocal: Babaya
Iluminação: Beto Bruel
Figurino: Verônica Julian
Cenografia: Carila Matzenbacher
Integração Somática/Hatha Yoga: Carlos Cavalcante
Preparação Coreográfica: Rapha Fernandes
Projeção Mapeada: Ivan Soares
Tradução para Libras: PapO Traduções Artísticas e TAÉ Libras e Cultura
Intérpretes de Libras: Beatriz Reni, Elisa Maganhoto, Jamille de Jesus, Kelly Caobianco, Lais Guebur, Letícia Guebur, Nathan Sales, Ravena Abreu e Talita Grunhagen
Tradutores em Cena: Talita Grünhagen e Jessica Nascimento
Assistente de Figurino: Cristina Rosa
Assistente de Iluminação: Anry Aider
Costureira: Doralice Peron
Cenotécnico: Fabiano Hoffmann
Produção Geral: Diego Bertazzo
Assistente de Produção: Guilherme Jaccon e Daniel Militão
Ilustrações: Poty Lazzarotto
Identidade Visual: Marcos Minini
Fotos: Kraw Penas
Agradecimentos: Angela Moraes, Caetano Galindo, Carlos Careqa, Catharine Moreira, Eduardo Engelhardt e equipe da Padaria América, Estevan Silveira, Gabriel Machado, Gabriela Grigolom, Guilherme Rodrigues, Instituto Moreira Salles, Marcio Marcelli, Pedro Inoue e Rose Matias.
E agradecemos a participação de atrizes e atores da voz off: Cassia Damaceno, João Luiz Fiani, Kauê Persona, Leonarda Glück, Marino Jr, Marisia Bruning, Nena Inoue, Pedro Inoue, Regina Bastos, Rodrigo Ferrarini e Silvia Monteiro.
Comunicação: Fernanda Maldonado, Silvane Maltaca e Stephanie D’Ornelas
Realização: Centro Cultural Teatro Guaíra, Secretaria de Estado da Cultura e Governo do Estado do Paraná