FESTIVAL DE CURITIBA | “Alaska” é espetáculo que promove uma reflexão sobre a cura dos traumas da vida 28/03/2025 - 13:58

“Alaska”, peça dirigida e protagonizada por Rodrigo Pandolfo, é um dos destaques da Mostra Lucia Camargo no 33.º Festival de Curitiba. A montagem, inédita no país, é uma adaptação da obra da dramaturga estadunidense Cindy Lou Johnson e terá apresentações nos dias 29, às 20h30, e 30 de março, às 19 horas, no Guairinha.
Indicada em quatro categorias do Prêmio APTR de Teatro deste ano, “Alaska” também marca a estreia de Rodrigo Pandolfo como ator e diretor em um mesmo projeto. "A experiência está sendo ótima, mas também muito desafiadora - para ter essa visão do todo, me envolvo em dois tipos de ensaio - o ensaio para direção e outro para atuação", analisa.
De acordo com Rodrigo Pandolfo, premiado ator brasileiro e conhecido do grande público pela sua participação na trilogia cinematográfica “Minha Mãe é uma Peça”, o espetáculo fala sobre cura. “É sobre dois personagens que estão congelados pelos seus traumas a ponto de procurarem alguma forma de isolamento que os prive de viver em sociedade”, conta.
O cenário é surpreendente: um chão coberto de neve, um tronco de madeira, um fogão e um baú. É neste lugar fumacento, quase onírico, que Henry e Rosannah acessam memórias, lembranças e também confusões sobre os motivos pelos quais foram traumatizados. "No texto há referências sobre um apagão branco, sobre a queda da neve, sobre um céu da mesma cor que o chão, dando a impressão de que as personagens voam, mas que ao mesmo tempo são atingidas pela gravidade e caem no chão gelado. Esse apagão branco pode ser lido como a paralisação em que eles se encontram", compartilha Pandolfo.
Sinopse
No estado do Alaska, enquanto uma nevasca cai do lado de fora, Henry, uma figura solitária, é surpreendido por uma insistente batida em sua porta. Trata-se de uma visita desconhecida: Rosannah (Louise D’Tuani), uma jovem desesperada, vestida de noiva, que, após dirigir ininterruptamente por duas semanas até ali, se atira para dentro da cabana. Exausta, ela vomita algumas palavras, na tentativa de acalmar suas angústias. Ambos estão feridos pela cruel montanha russa da vida. Dois estranhos fugindo da própria realidade e, se possível, de qualquer contato humano. Se veem confrontados pelo destino, presos no mesmo espaço-tempo, longe de tudo e de todos, obrigados a enxergar suas verdades.