Em cena com “A Aforista”, Rosana Stavis destaca memórias com o Teatro Zé Maria 26/07/2023 - 14:23

Curitiba recebe até este domingo (30) o espetáculo “A Aforista”, aclamado no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte pela crítica e público. Por aqui, o palco do Teatro José Maria Santos, onde a peça é encenada, representa um lugar ainda mais especial para a atriz Rosana Stavis, apontada como uma das melhores do teatro brasileiro.

A atriz, que mora em Curitiba, lembra que a história dela com o teatro começou antes mesmo de imaginar que subiria aos palcos. “Quando eu vim de São Mateus do Sul, antes de pensar em fazer teatro, eu ia assistir os espetáculos no Teatro da Classe, que agora é o Teatro Zé Maria”, conta sobre o espaço que passou para administração do Centro Cultural Teatro Guaíra em 1998. O prédio é tombado pelo Governo do Estado.

Entrou em contato com os grandes artistas da época, como Mário Schoemberger, Enéas Lour, Regina Bastos, Fátima Ortiz, José Basso, Gilda Elisa, Regina Vogue, Claudete Pereira Jorge, entre os muitos artistas importantes para a formação do teatro curitibano. “E o Zé, que é o Zé Maria”, diz se referindo a José Maria Santos, homenageado hoje dando nome ao espaço que foi a “casa” dele.

“Em seguida, acabei entrando na faculdade de Teatro e me formando atriz, e aí tive a honra de estar com essas pessoas, que antes eu via da plateia e que fizeram parte da minha formação artística, no palco”, ressalta.

A Aforista
Agora no palco do Teatro Zé Maria, a atriz Rosana Stavis é acompanhada por dois pianos tocados ao vivo por Sérgio Justen e Rodrigo Henrique, que duelam e dão o tom da narrativa com a trilha original criada pelo premiado compositor Gilson Fukushima.

A peça do dramaturgo e diretor Marcos Damaceno, prêmio Shell de dramaturgia por “Homem Ao Vento”, traz à cena uma mulher em direção ao enterro de um antigo amigo da faculdade de música. Enquanto caminha, pensamentos acerca de sua própria vida e os caminhos escolhidos por ela e seus antigos amigos, todos “promessas da música”, lhe vêm à cabeça.

“É uma peça sobre as decisões que tomamos. Sobre as nossas escolhas. Os caminhos que seguimos. E onde eles nos levam. É também uma peça sobre nossos sonhos, nossos desejos, principalmente quando somos jovens. E de como lidamos com eles, com nossas frustrações e nossas insatisfações: ‘ser artista é saber lidar com as frustrações’ – diz a aforista. Ela, a narradora, a aforista, está sempre pensando e andando. O pensamento é o lugar onde se passa a peça”, explica Damaceno.

O espetáculo é o segundo de uma trilogia da Cia.Stavis-Damaceno – iniciada com “Árvores Abatidas ou Para Luís Melo” - influenciada por Thomas Bernhard. Segundo o dramaturgo, o texto é uma conversa respondendo e contrapondo questões colocadas pelo autor austríaco em sua extensa obra, permitindo-se desviar para outros assuntos, outras situações, outros lugares. “Um mergulho na memória e nas possibilidades que cabem numa vida”, define.

O projeto é realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba, com incentivo da Ademicon Consórcio e Investimento.

Serviço:
A AFORISTA
Temporada em Curitiba: de 12 até 30 de julho
Quarta a sábado – 20h | Domingo – 19h.
Local: Teatro José Maria Santos (Rua Treze de Maio, 655 – São Francisco)
Ingressos: Ticket Fácil ou na bilheteria do Centro Cultural Teatro Guaíra.
Valores: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
Classificação: 16 anos
Duração: 70 minutos
Informações: (41) 3304-7900


 

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